Dennis Rader (B.T.K.)
B.T.K. - Bind, Torture, Kill | A.T.M. - Amarrar, Torturar, Matar
"Penso mesmo que posso estar possuído por demónios. Até porque caí de cabeça quando era miúdo."
Dennis Rader

Dennis Rader, o mais velho de 4 irmãos, nasceu em Pittsburg, Kansas, EUA. Foi fruto do amor de um simpático e trabalhador casal, William e Dorothea Rader. Eram uma Família religiosa, tanto que as crianças foram baptizadas na Igreja de Zion Lutheran, em Pittsburg, no Kansas.
William era membro dos Fuzileiros Navais dos EUA e, em 1994, ingressou na KG&E. Foi por esta altura que a Família se mudou para o nr. 4815 da N Seneca Streeet, em Wichita, a maior cidade do Kansas.
Desde cedo que Dennis soube não ser igual aos seus pares. Encaixava-se com facilidade, dava-se bem com colegas e amigos, no entanto, não criava verdadeiros laços com ninguém. Frequentou a igreja, fazendo parte activa das suas cerimónias e ingressou nos escoteiros. Aparentemente, era uma criança como as outras mas, no silêncio dos seus pensamentos, Dennis sabia que o futuro lhe reservava actos de terror.
Frequentou a Escola Primária de Reverview e foi mais ou menos nessa altura que os seus pensamentos passaram para acções. Matou e torturou vários cães e gatos abandonados. Sonhava com escravidão, com amarrar e torturar jovens raparigas. Sabia que o prazer daqueles pensamentos eram sórdidos e, tendo noção do tamanho da sua perturbação, guardou-os para si próprio.
Em 1963 terminou o secundário na Escola de Wichita Heights. Trabalhou numa mercearia até ao Outono de 1965, data em que entrou para a Universidade Kansas Wesleyan. Nesta altura, devido a organização geográfica, saiu da casa dos seus Pais e ficou a residir perto do instituto.
No entanto, não sendo um aluno brilhante e não tendo grande motivação para os estudos, Dennis apenas cumpriu 2 semestres. No Verão de 1966 alistou-se na Força Aérea Americana.
Viajou por vários locais em formação e cumprimento de missões. Subiu ao cargo de Sargento mas não fez uma carreira brilhante. Era um jovem calado e reservado e, apesar de não ser o mais inteligente, era focado e esforçado.
Recebeu a Medalha de Boa Conduta da Força Aérea, a Fita de Tiro Especial em Armas Leves e a Medalha do Serviço de Defesa Nacional. No Verão de 1970 foi dispensado do serviço activo, regressando para Wichita. Durante os 2 anos seguintes, permaneceu na reserva.
No dia 22 de Maio de 1972, Dennis Rader e Paula Dietz celebraram o seu casamento. Paula era conhecida de Dennis por terem frequentado a mesma escola e a mesma igreja. Dennis, na altura com 26 anos, trabalhava no talho de um supermercado e Paula, de 23 anos, era contabilista. Mudaram-se para o nr. 6220 Independence St. Park City, no Kansas, perto da residência dos Pais de Dennis.


Em 1972, Dennis foi trabalhar para a Coleman e ali permaneceu apenas durante 13 meses, até Julho de 1973. Em paralelo, frequentou a Escola Comunitária do Condado de Butler, obtendo o bacharelato em electrónica.
No Outono de 1973, Rader iniciou os seus estudos na Universidade de Wichita, em regime nocturno. Era um mau aluno, demonstrando problemas de escrita e dificuldades em soletrar palavras. Terminou o curso de justiça criminal em 6 anos. Entre 1973 e 1974 trabalhou para uma empresa de aeronaves mas também não permaneceu muito tempo, tendo sido dispensado do cargo.
À primeira vista, Rader era um pilar da comunidade, respeitado e querido pela vizinhança. Mas, apesar do retrato da Família feliz, vivia em luta contra os seus demónios. Em segredo, satisfazia-se com revistas de detectives que continham imagens de tortura e violência. Ele próprio, traduzia para o papel em formato de desenho, as suas fantasias exuberantes, com imagens perturbadoras de bondage e violações. Parecendo adivinhar o seu futuro, em paralelo, começou a dedicar-se ao estudo comportamental, essencialmente, de serial killers. Esta dedicação à leitura, mais tarde, veio a dar-lhe algumas capacidades para evitar a captura, utilizando os erros dos seus antecessores como aprendizagem.
Esta dedicação à leitura, mais tarde, veio a dar-lhe algumas capacidades para evitar a captura, utilizando os erros dos seus antecessores como aprendizagem.
Finalmente, Dennis passou os seus pensamentos para o Mundo real quando, no dia 15 de Janeiro de 1974, assassinou brutalmente a Família Otero.
Paula, na altura, trabalhava no Hospital de Wichita e, não gostando de conduzir com neve ou chuva, pedia ao seu marido desempregado para a levar e, por vezes, trazer do trabalho. Dennis encontrava-se aborrecido e fazia a vontade à esposa de bom grado. No caminho, quando se encontrava já sem Paula, aproveitava para passear pelas ruas e observar mulheres.
Os Ontero viviam há pouco tempo na casa de esquina, no nr. 803 N Edgemoor St em Wichita. A Família, natural do México, tinha feito a mudança no Outono do ano anterior.
Rader pôs-se à espreita observando a Família durante algum tempo. Nos seus apontamentos designou este projecto como "PJ Little-Mex". A pequena mexicana era Josephine Otero de apenas 11 anos, o seu principal alvo.


Após planeamento metódico dos seus
actos, Dennis dirigiu-se à residência da Família Otero e cortou as ligações
telefónicas. Entrou na casa pela porta traseira e subjugou a Família apontado-lhes uma arma. Informou que era um criminoso procurado pela Polícia e que estava ali apenas para lhes levar o carro. Obrigou-os a irem para um quarto, onde foram amarrados.
Primeiramente, sufocou Joseph de 38 anos. Depois, deu o mesmo fim à Esposa, Julie, de 33 anos. Depois, foi a vez de Josephine a quem deu o mesmo fim dos seus Pais.
De seguida, levou Joseph Junior para outro quarto, colocou-lhe um saco de plástico na cabeça e esperou que o menino de apenas 9 anos penasse até à morte, com falta de ar.
Apercebendo-se de que Josephine tinha acordado apesar do ataque, levou a menina para a cave da
residência e enforcou-a. E, enquanto a vida da criança se evadia durante
aqueles derradeiros e brutais minutos, Dennis sentou-se calmamente
numa cadeira e satisfez-se com o cenário que ele próprio tinha criado.
Após os homicídios, limpou a casa meticulosamente, pegou na viatura dos Otero e deixou-a no parque de estacionamento da loja Dillons. Regressou à residência dos Otero a pé, pegou na sua própria viatura e seguiu para casa.
Na altura, Dennis não sabia mas os Otero tinham 3 Filhos mais velhos que, na altura do ataque, encontravam-se na Escola.


Percebendo que esta era a única forma de alcançar o verdadeiro prazer, Rader começou de imediato à procura da próxima presa.
Avistou Kathryn Bright enquanto conduzia pela East 13th Street North. Assim que lhe colocou um alvo, estudou todas as suas rotinas. No dia 4 de Abril de 1974, o psicopata
colocou em marcha o seu plano para o futuro a jovem de apenas 21
anos.
Entrou na casa e esperou a chegada de Kathryn mas foi
surpreendido pela presença de 2 pessoas. A jovem, naquele dia, tinha ido ao Banco com o seu irmão Kevin que a acompanhou à sua residência.
Uma vez mais, Dennis subjugou as suas vítimas apontando-lhes uma arma. Alertou-os de que estava ali apenas para lhes levar o carro e dinheiro. Colocou os jovens num quarto e obrigou Kevin a amarrar a sua irmã. Depois, levou Kevin para outro quarto e amarrou-o. Tentou estrangulá-lo mas o jovem conseguiu soltar-se das amarras e lutou contra o invasor. Dennis então alvejou-o na cabeça, fazendo-o cair de imediato.
Com Kevin fora do caminho, Dennis dirigiu-se a Kathryn, o seu verdadeiro alvo. Tentou estrangular a rapariga mas, também ela conseguiu soltar-se, fazendo frente ao assassino. Quando ouviu barulho no quarto ao lado, largou Kathryn e, incrédulo, deparou-se com Kevin em pé. Uma vez mais, deu-se uma luta mas Dennis sacou da sua Magnum 357 e voltou a disparar. A arma bloqueou mas o assassino retirou um revólver calibre 22 do bolso e voltou a alvejar o jovem na cara. Kevin, uma vez mais, caiu.
Voltou para junto de Kathryn. Tinha perdido o controlo da situação e queria sair do local o mais rapidamente possível. A jovem voltou a lutar contra o agressor mas perdeu. Foi esfaqueada diversas vezes, até perder a vida.
Em paralelo, Kevin, inacreditavelmente, voltou a levantar-se. Saiu porta fora, desorientado, a gritar por socorro. Perante o cenário, Dennis limpou o que pôde muito rapidamente e saiu da casa em direcção ao seu carro. Tentou agir naturalmente, sem grandes pressas, para não dar nas vistas. Entrou na viatura que estava estacionada 3 quarteirões para norte e suspirou de alívio.
Após cerca de 3 anos, no dia 17 de Março de
1977, Rader atacou novamente.
Tinha escolhido uma mulher que tinha conhecido num bar e, após observar os seus movimentos por algum tempo, escolheu esta data para a atacar. Tocou à campainha mas ninguém lhe abriu a porta. A vítima que tinha escolhido não estava em casa. No entanto, Dennis estava demasiado extasiado para não matar naquele dia e decidiu dar uma vista de olhos pela área.
Foi enquanto passeava pela Avenida South Hydraulic que avistou Steve, um menino de apenas 6 anos. Abordou a criança afirmando ser um Detective que procurava Mãe e Filho, mostrando-lhe uma fotografia da sua própria Família. O pequeno Steve, educadamente, informou não ter visto aquelas pessoas e seguiu o seu percurso. Chegou finalmente a casa, ao nr. 1311 da Avenida South Hydraulic.
Poucos minutos depois, bateram à porta. Steve e os seus 2 irmãos de 4 e 8 anos, abriram para ver de quem se tratava. Era novamente Dennis. Aqueles segundos de porta aberta bastaram para que o homem forçasse a sua entrada, empunhando a sua Magnum. Baixou as persianas das janelas e desligou a televisão, enquanto apontava a arma às crianças assustadas.
Shirley Vian Relford, de 26 anos, saiu do quarto para perceber o que estava a passar-se, quando deu de caras com o invasor.

Rader tentou amarrar as crianças mas, ao aperceber-se que estava atrapalhado com a tarefa, trancou os meninos na casa de
banho, atirando brinquedos e cobertores para se entreterem. Atou a maçaneta da porta com uma corda para que não conseguissem abri-la e colocou uma cama a interditar a saída da casa de banho.
Enquanto as crianças gritavam pela Mãe
trancadas na casa de banho, Dennis explicou que tinha problemas sexuais, que estava ali para os satisfazer e que não era a primeira vez que o fazia. A jovem estava aterrorizada, vomitando no local. Dennis ofereceu-lhe um copo com água,
confortou-a por algum tempo e, por fim, colocou em prática os seus sórdidos desejos.
Amarrou Vian à cama, colocou-lhe um saco de plástico na cabeça e sufocou-a com uma corda no pescoço.
Após terminar, arrumou as suas "ferramentas", limpou o local e dirigiu-se, calmamente, ao parque de estacionamento da Dillons, onde tinha deixado o seu carro.
O cadáver de Shirley foi encontrado por vizinhos que entraram na casa, na sequência dos gritos das crianças, ainda presas na casa de banho.
AS crianças descreveram o assassino como puderam. Informaram ter cerca de 1.80m, branco, com 30 e poucos anos e trazia uma mala na mãe.
Dennis Rader, na época tinha 32 anos e, a pasta que tinha na mão, era a sua mala de ferramentas. Ali, transportava cordas, algemas, armas, fita adesiva, enfim. Tudo o que pudesse usar para pôr em prática os seus devaneios.
Em Dezembro de 1977, o alvo foi Nancy Fox.
Dennis avistou-a numa noite enquanto a jovem se dirigia para casa. Observou-a durante bastante tempo, estudando os seus comportamentos e horários. Nancy morada sozinha no nr. 843 South Pershing Street em Wichita. Tratava-se de uma casa geminada mas Dennis sabia que a residência ao lado, o nr. 841, encontrava-se vazia na altura.
Na noite de 8 de Dezembro de 1977, Dennis estacionou o seu carro a uns quarteirões de distância da casa da sua vítima. As luzes estavam apagadas e o homem sabia que Nancy ainda não tinha regressado do trabalho. Ainda assim, para confirmar, bateu-lhe à porta. Ninguém a abriu. Confiança com o seu plano, Dennis dirigiu-se às traseiras da casa e cortou a linha telefónica. Partiu uma janela, entrou na residência e sentou-se numa cadeira na cozinha a aguardar, pacientemente, pela sua presa.
Quando Nancy entrou na suposta segurança da sua casa, deu de caras com o assassino. O homem explicou que tinha problemas com a sua sexualidade, que tinha fetiches e que estava ali para concretizá-los. Primeiramente, Nancy ficou aterrorizada mas, após algumas palavras de Dennis que lhe deram a entender que ia sobreviver à situação, Nancy quis despachar o assunto.
O homem colocou-lhe algemas nos pulsos, deitou-a na cama de barriga para baixo e amarrou os seus tornozelos. Colocou-se em cima de Nancy e com um cinto, estrangulou-a. Para prolongar o seu prazer e fazer durar a situação, Dennis apertava e soltava o cinto de forma a que Nancy voltasse a ganhar consciência. Finalmente, estrangulou a jovem fatalmente.
Depois, retirou-lhe as algemas e substituiu-as por uns collants. Retirou-lhe também algumas peças de roupa que guardou como troféus. Limpou a casa, arrumou as ferramentas e abandonou o local.
Dennis estava expectante acerca das notícias daquela morte. Não ia aguentar esperar muito tempo até que o sucedido chegasse à imprensa. No dia seguinte, decidiu acelerar o processo. De uma cabine telefónica, anonimamente, foi o próprio que fez a chamada para as Autoridades. Reportou o homicídio e indicou a morada de Nancy Fox. As autoridades conseguiram localizar a cabine de onde o telefonema foi feito já que o delator deixou o auscultador pendurado.
À data, a Polícia tinha 7 homicídios cometidos no espaço de 4 anos. Apesar de não fazerem um comunicado público ou sequer terem a certeza de que se tratava do mesmo criminoso, a portas fechadas, a hipótese era colocada em cima da mesa.
Em Fevereiro de 1978,
Rader escreveu uma carta para uma TV local, a KAKE-TV, a reivindicar os
assassinatos da Família Otero, de Kathryn Bright, de Shirley Vian, de Nancy Fox e
de uma outra mulher que, por esta altura, a Polícia desconhecia.
A carta começava com a seguinte frase: "Quantas pessoas terei que matar até o meu nome estar nos jornais e ter alguma atenção nacional?" (How many do I have to kill before I get my name in the paper or some national attention?)
A carta incluía um desenho de Nancy amarrada à cama e um poema intitulado "Oh! Morte a Nancy" (Oh! Death to Nancy) dedicado a esta vítima. Foi nesta carta que se autointitulou B.T.K. - Amarrar, Torturar, Matar (Bind, Torture, Kill).
Poema dedicado a Nancy Fox:
"Oh! Morte a Nancy
O que é isto que estou a ver
Mãos frias e geladas a segurar-me
Pois a morte chegou, toda a gente vê
O inferno abriu as suas portas para me enganar
Oh! Morte, oh! Morte, podes poupar-me por mais um ano!
Vou encher as tuas mandíbulas até não conseguires falar
Vou cegar as tuas pernas até não conseguires andar
Vou amarrar as tuas mãos até que não consigas resistir.
E finalmente fecharei os teus olhos para que não vejas
Trarei morte sexual para ti por mim.
B.T.K."
Transcrição do Original:
"Oh! Death to Nancy
What is this taht I can see
Cold icy hands taking hold of me
for Death has come, you all can see.
Hell has open it,s gate to trick me.
Oh! Death, Oh! Death, can't you spare me, over for another year!
I'll stuff your jaws till you can't talk
I'll blind your leg's till you can't walk
I'll tie your hands till you can't make a stand.
And finally I'll close your eyes so you can't see
I'll bring sexual death unto you for me.
B.T.K."
Dennis Rader era, muito provavelmente, disléxico. Tanto que o poema refere "cegar as pernas" mas, é provável, que quisesse escrever "amarrar as pernas". Rader deve ter trocado a palavra bind por blind.
A Polícia, sem pistas, aliou esforços ao
FBI e a outras agências de investigação. Tomaram, por esta altura, a
decisão de informar a população de que tinham um serial killer a monte.
Começaram
assim as trancas à porta, a desmedida venda de armas de fogo e o medo e
desconfiança entre a comunidade.
Com o sangue de, pelo menos, 7 pessoas nas suas mãos, Dennis começou a frequentar um curso de Justiça Criminal para aguçar as suas capacidades enquanto serial killer. Considerando-se aprimorado nos seus actos, Rader continuou a enviar cartas para os media e para a Polícia com ameaças e planos elaborados de como cometer o próximo crime. Vigiava, seguia e estudava os comportamentos de outros residentes.
Pouco se deslocou da sua própria residência quando, no dia 27 de Abril de 1985, escolheu a sua mártir seguinte. Tratava-se de Marine Hedge, de 53 anos, que morava poucas casas abaixo da Família Rader, no nr. 6254.
Desta vez, Dennis Rader quis desafiar-se ainda mais. Considerou arriscado praticar os aqueles actos quase à porta de casa mas estava disposta a arriscar. Se conseguisse cumprir o seu plano era, realmente, praticamente invencível.
Rader entrou na casa da vizinha pela porta traseira. Sentou-se a aguardar a sua chegada. Quando ouviu Marine chegar, verificou que tinha companhia de um homem e Dennis, rapidamente, escondeu-se num roupeiro num segundo quarto. A visita de Marine permaneceu na casa por cerca de uma hora mas, Dennis, não atacou a sua presa de imediato. Deixou que Marine se deitasse e adormecesse profundamente, esperando pelas primeiras horas da manhã. Foi então que saiu do armário e para ver o caminho, acendeu uma luz. Marine acordou imediatamente e desatou a gritar. Dennis teve que se despachar, saltando para cima da mulher. Sufocou-a até à morte com as suas próprias mão.
Depois, colocou o cadáver na viatura da vítima e conduziu-a até à Igreja Luterana de Cristo. Arrastou Marine até à cave da Igreja, colocou-a em várias
posições eróticas enquanto lhe tirou fotografias para satisfação
posterior. Quando terminou, voltou a pôr Marine Hedge no porta-bagagens do carro, conduziu pela 53rd Street e despojou o cadáver nu, à beira da estrada, numa vala.
Estacionou o carro da vítima no parque do Shopping Brittany, pegou na sua viatura que tinha ali deixado anteriormente e seguiu para casa.
O carro de Marine foi descoberto no dia 3 de Maio de 1985, data em que a mulher ainda se encontrava desaparecida. O seu cadáver foi encontrado 9 dias após o seu
desaparecimento.
Em 16 de Setembro de 1986,
lamentavelmente, foi o último dia da vida de Vicki Wegerle, de 28 anos.
Dennis Rader seguiu a sua vítima por 3 semanas. Observou a Família do nr. 2404 West 13th Street North com atenção. Estudou as suas movimentações e horários.
Vicki foi denominada pelo seu assassino como o seu Projecto Piano.
Na manhã de 16 de Setembro de 1986, Dennis bateu à porta da Família Wegerle. Apresentou-se como sendo um funcionário da empresa dos telefones e precisava de avaliar as linhas dentro daquela residência. A jovem deixou Dennis entrar. O assassino fingiu avaliar o estado dos cabos telefónicos e, assim que viu a sua oportunidade, sacou de uma arma de fogo e apontou-a a Vicki.
Obrigou-a a dirigir-se ao quarto e informou que a ia amarrar. Amarrou-lhe as maõs mas Vicki, de alguma forma, conseguiu soltar-se lutando contra o seu assassino.
Dennis ganhou a luta e acabou por sufocar a jovem com um fio de nylon.
Compôs-lhe as roupas e tirou algumas fotografias, no entanto, não permaneceu na casa durante muito tempo. Os cães da Família que se encontravam nas traseiras da casa não paravam de ladrar e Vicki, antes de morrer, avisou aquele homem que o seu marido estava prestes a chegar.
Dennis Rader, limpou o local, pegou em alguns souvenirs e abandonou a casa levando a viatura de Vicki. Estacionou a carrinha a cerca de 1 minuto de distância da residência e seguiu o seu caminho a pé.
Bill, o marido de Vicki, teve a sensação de ter-se cruzado com a viatura da esposa quando regressava a casa para almoçar. No entanto, estranhou o facto de não ter reconhecido o homem que a conduzia. Quando chegou a casa, deparou-se com a esposa
amarrada e estrangulada na sua própria cama. Já o Filho do casal, com menos de 1 ano, encontrava-se no berço. Foi poupado dos tórridos actos do assassino.
O homicídio de Vicki Wegerle não foi
imediatamente relacionado a BTK. Bill foi o único suspeito desta morte
durante anos. O facto de ter tido a oportunidade, os meios e ter
chumbado em 2 testes de polígrafo, não o ajudaram a ser ilibado enquanto
culpado.
Só em 2004 é que as suspeitas contra Bill foram eliminadas.


Passaram-se alguns anos sem que este tipo de crimes se repetisse. As autoridades consideraram que o homem estivesse preso, morto ou se tivesse mudado para aterrorizar outra comunidade.
Mas, a verdade é que o tão
receado BTK, escondia-se à vista de todos, debaixo do seu manto de bom
Marido e Pai e de um pilar da comunidade. Enquanto os seus Filhos
cresciam e a memória da existência deste assassino se desvanecia,
Dennis iniciou funções como Compliance Officer, responsável pela
supervisão, controlo e vigilância da cidade.
Durante o exercício do
cargo, Rader controlava a aplicação da lei de forma exacerbada, medindo a
altura da relva dos seus vizinhos e passando-lhes multas infundadas. O
seu comportamento controlador e obsessivo aguçava-se.
No dia 19 de Janeiro de 1991, foi a vez de Dolores Davis, de 62 anos. Apesar de ter observado a mulher durante algum tempo e de ter estudado a sua casa, Dennis não conseguiu encontrar uma forma de entrar. Numa das tentativas, teve que abortar o seu plano devido à presença do gato de Dolores que teimava em não largar o intruso.
Naquele dia, ao perder a paciência por não conseguir cumprir a sua forma de agir, atirou um bloco de cimento para uma das janelas da casa. Antes disso, cortou a linha telefónica da casa.
Quando Dolores saiu do quarto para ver o que se tinha passado, deu de caras com o seu assassino. Dennis, calmamente, explicou que ia algemá-la e que estava ali apenas para se alimentar e para lhe levar o carro. A sua vítima conseguiu acalmar-se ao acreditar que se tratava apenas de um ladrão e não de um assassino. No entanto, Dennis sufocou Dolores até à morte com uns collants.
O psicopata pegou nas chaves do carro da sua vítima e colocou o cadáver no porta-bagagens. Conduziu por cerca de 3 km e atirou o corpo da mulher para debaixo da ponte Jester Creek, junto a umas árvores. Depois, voltou à casa de Dolores, deixou a viatura no mesmo local onde estava e abandonou-o a pé.
O cadáver de Dolores Davis foi descoberto por um jovem de 15 anos que passeava na zona com o seu cão.
Em Fevereiro de 2004, o Jornal Wichita Eagle recebeu uma carta com fotografias do homicício de Wegerle. O jogo de gato e rato com a Polícia reiniciou-se. Dennis divertia-se com bilhetes para a Polícia com pistas para que encontrassem objectos que ia espalhando pela cidade. Caixas de cereais com fotos dos assassinatos, souvenirs das suas vítimas ou descrições pormenorizadas dos seus actos.
No acto que o levou à sua descoberta, BTK enviou uma disquete para a Polícia. Facilmente conseguiram chegar ao autor do ficheiro. Tratava-se do Presidente da Congregação Luterana de Cristo, Dennis Rader.
Trinta anos depois, os mistérios foram desvendados. BTK foi preso no dia 25 de Fevereiro de 2005 à porta da sua casa. Nos dois dias seguintes, Dennis falou durante 33 horas, confessando todos os crimes, com pormenores macabros e com uma isenção de remorsos que chocou o Mundo.
Ao assumir o crimes, Dennis livrou-se de um julgamento, ainda assim, houve lugar a uma pré-audiência para as Famílias das vítimas terem a oportunidade de confrontar o assassino.
Rader foi condenado a 10 prisões perpétuas e encontra-se na Prisão de El Dorado, no Kansas.