Jeffrey Dahmer

26/03/2024

Os crimes de Dahmer chocaram o Mundo. 17 assassinatos, canibalismo e necrofilia.
Esta é a história de um rapaz que lutou contra os seus pensamentos enquanto conseguiu. É o relato de uma vida turbulenta e de uma mente barulhenta que, após anos de urros, ganhou ao bem que existia no interior de um jovem.



Jeffrey nasceu em Milwakee, Wisconsin, em 21 de Maio de 1960.
Filho de um casal feliz, Jeff cresceu num ambiente saudável. Era um menino inteligente, extrovertido e brincalhão. Mostrava comportamentos de grande curiosidade com texturas, cheiros e cores. Ganhou uma admiração por animais mortos muito cedo devido à colecção de ossos que o seu Pai fazia dos animais que apareciam debaixo de casa e que ali acabavam por falecer.

O seu Pai, Lionel, assim que se formou em Química, mudou a família para Bath, no Ohio.

Ainda com 7 anos, a conduta de Jeffrey começou a alterar-se. Começou a ter hábitos antissociais, recatados e com profundos complexos de inferioridade. De forma a tentar ultrapassar estes problemas de personalidade, os Pais ofereceram-lhe um cão, Frisky. Dahmer parecia confortável e relaxado com as pessoas com quem mantinha uma relação, fosse com os seus amigos, o vizinho com quem brincava frequentemente ou com os seus Familiares. No entanto, perto de outras pessoas, o menino subjugava-se.

Para ganhar alguma confiança e se sentir mais envolvido, para além de Frisky, os Dahmer deram-lhe a liberdade de escolher o nome do seu irmão recém nascido. Dahmer chamou-lhe David.

Jeffrey, David e a Mãe Dahmer
Jeffrey, David e a Mãe Dahmer

Os seus Pais encorajavam-no a participar em actividades com outros meninos para estreitar as suas relações interpessoais e, aos fins de semana, Pai e Filho, dedicavam-se à jardinagem.

Quando Dahmer tinha 10 anos, a sua Mãe foi hospitalizada para tratar dos seus problemas de ansiedade.
A partir daí, o casamento do casal e a dinâmica familiar começaram a quebrar.

A sua curiosidade pela natureza e por pequenos animais continuou durante a sua adolescência. Foi nessa época que aguçou o seu interesse pelo interior dos bichos. Munido com sacos de plástico, passeava pela beira das estradas à procura de animais mortos. Levava-os para as traseiras da sua casa e, no secretismo da floresta, dissecava-os.
Lionel, nas várias entrevistas que deu aos media, afirmou acreditar que este foi o ponto de viragem para o seu Filho.

A curiosidade pela anatomia dos animais mortos, aliada à descoberta da sua sexualidade, fez Dahmer, na sua mente perturbada, fundir os dois comportamentos.

Cada vez mais convencido da sua homossexualidade, Jeffrey, pelos seus 14 ou 15 anos, começou a ter fantasias de envolvimento com outros homens, intervalando o sexo com violência. Mas, apesar de ter noção da sua impensável obsessão, Jeffrey não teve coragem para pedir ajuda.

Mais tarde, com a ideia fixa de que queria deitar-se ao lado de um homem inconsciente, Dahmer delineou um plano para inanimar um jogger e satisfazer os seus fetiches. Porém, no dia marcado para a concretização, o indivíduo não passou pelo local habitual. Dahmer, contendo-se, não tornou a fazer outra tentativa.

Transtornado com os seus pensamentos obscuros, Dahmer começou a beber desenfreadamente. Segundo relatos de alguns colegas de escola, às 8h da manhã, antes da primeira aula, Jeff já aparecia embriagado.

Assistindo ao desmoronamento do casamento dos seus Pais e, muitas vezes, assistindo a feias discussões, Jeffrey continuou em espiral. Na escola, ganhou a fama de ser o palhaço, sendo sempre o alvo de galhofa alheia. Ainda que incomodado, o adolescente assumia o seu papel e fingia não importar-se com o gozo dos seus pares.
Contudo, na opinião dos seus Professores, Dahmer era exemplar. Sempre educado e bem vestido, o aluno era atento e dedicado. Todavia, estes dias estavam contados. À medida que amadurecia, Jeffrey fechava-se cada vez mais no seu Mundo sombrio. Não tinha amigos próximos e não se abria com ninguém. Esta impenetrabilidade, deu lugar a mais pensamentos sinistros e soturnos.

Foi pouco depois de terminar o liceu que Dahmer passou a linha do pensamento e cometeu o seu primeiro crime.

Em 1978, após anos de discussões, os seus Pais, finalmente, divorciaram-se. Lionel saiu de casa e instalou-se num motel próximo da residência da Família. A Mãe, por sua vez, mudou-se para Wisconsin com o Filho mais novo, David, deixando Jeffrey, com 18 anos, a viver sozinho.

Como todos os rapazes da sua idade, Dahmer fantasiava cada vez mais com uma vida sexual activa. E, encontrando-se sozinho, tinha toda a liberdade para pôr em prática as suas fantasias.

Semanas após terminar o liceu, em Junho de 78, o adolescente deu boleia a Steven Hicks, também ele apenas com 18 anos. Dirigiram-se para casa de Jeffrey, beberam algumas cervejas e conversaram por cerca de 2 horas. Quando o jovem informou que tinha que seguir caminho, foi violentamente atacado por Dahmer. O jovem não queria, uma vez mais, que o abandonassem, deixando-o sozinho na propriedade. Jeff atacou-o com uma barra e estrangulou Steven até à morte.

Steven Hicks
Steven Hicks

Finalmente, satisfez a sua fantasia. Desmembrou o corpo do jovem com uma faca, exercício que praticou durante toda a sua vida com animais, e colocou a matéria em sacos do lixo, deixando os ossos para trás. A meio da noite, decidiu deitar os restos mortais numa lixeira. Ao pisar um risco contínuo, foi mandado parar pela Polícia. Indagado acerca do que fazia ali àquela hora despropositada, Dahmer, sem atrapalhação, informou que não conseguia dormir por causa do divórcio dos seus Pais e resolveu dar uma volta de carro, aproveitando para despejar o lixo da Família. O agente passou-lhe uma multa e deixou-o seguir. Ao chegar a casa, Dahmer pulverizou os ossos de Hicks com um martelo e espalhou-os pela floresta nas traseiras da sua residência.

Em Agosto desse ano, Lionel visitou a casa da Família sem ter ainda conhecimento que a sua ex-Mulher e Daniel tinham-se mudado para Wisconsin. Preocupado com Jeffrey, o Pai voltou a mudar-se para a propriedade.

O jovem, desempregado, passava os dias alcoolizado o que fez com que Lionel o levasse a reuniões dos A.A. e o colocasse a fazer terapia. Não surtiram efeito. Nada podia apagar os actos hediondos que Dahmer exerceu sobre Steven. Apenas o álcool parecia aliviar um pouco a mente do jovem assassino.

Desesperado por ajudar o Filho, o seu Pai obrigou Dahmer a inscrever-se na Universidade de Ohio. Mas o jovem, sem qualquer interesse pelos estudos, passou os primeiros meses a vender o seu sangue a Centros de Plasma e a gastar o dinheiro em cerveja. Pouco depois de entrar na Faculdade, Jeff regressou a casa.

O Pai então convenceu Dahmer a alistar-se no exército.
Após completar o treino básico, conseguiu um lugar no Hospital Militar de San Antonio, Texas, onde teve formação de medicina em batalha. Foi aqui que Jeff aprofundou os seus conhecimentos da anatomia humana.
O jovem anteriormente franzino, após 6 meses no Exército, tornou-se forte e delineado. Primeiramente calado e recatado, Dahmer aparecia então confiante, extrovertido e até alegre.
Enviado para uma missão na Alemanha, o jovem voltou a antigos hábitos, passando novamente os seus dias agarrado ao álcool. Como consequência, foi afastado da vida militar sem grandes demoras.

Envergonhado pela sua fraca prestação e efémera vida militar, Dahmer não informou a Família, seguindo directo para Miami, na Flórida. Trabalhou numa loja de sandes e instalou-se num motel.

Quando as despesas se acumularam e, após algum tempo a dormir na praia, Jeff contactou o seu Pai a pedir dinheiro. Lionel, uma vez mais desassossegado com o rumo do seu Filho, decidiu não enviar dinheiro. No lugar disso, pagou-lhe o bilhete de avião para que pudesse regressar a casa.

Passou um ano e Jeff não fazia quaisquer progressos na sua vida. Continuava desempregado e com uma descontrolada dedicação ao álcool.

Numa última tentativa de o ajudar, o Pai mandou Jeff ir viver em Milwakee com a sua avó paterna.
Durante os primeiros tempos, o jovem pareceu melhorar. Parou de beber, arranjou trabalho, ia frequentemente à Igreja com a sua avó e parecia estar a ganhar na luta contra a sua vertente de violência misturada com a sua homossexualidade.

Todavia, após 3 anos a viver de forma sossegada, Dahmer ficou cara a cara com os seus demónios. Numa pacata tarde na Biblioteca local, Jeff foi aliciado por um prostituto. Apesar de ter declinado o convite, Dahmer confessou mais tarde que o apelo lhe despertou os tórridos pensamentos que, há cerca de 3 anos, andavam adormecidos. A submissão alheia e as práticas bondage toldavam-lhe os pensamentos.
Para atender os seus fetiches, o jovem roubou um manequim masculino, escondendo-o no roupeiro do seu quarto. Começou depois a explorar a vida nocturna da cidade, essencialmente, bares gay. Muitos dos Clientes procuravam sexo sem compromisso e Jeff, experienciando a novidade da sua vida sexual, drogava os companheiros, deixando-os inconscientes. Deitava-se ao lado dos homens desmaiados e escutava os sons dos seus corpos. Ficava atento à respiração, coração, aos seus estômagos. A brincadeira acabou quando um dos pares passou uma semana no hospital devido a uma overdose. Dahmer foi então expulso do Clube. Continuou, no entanto, a frequentar outros bares e discotecas de Milwakee. E este passou a ser o terreno favorito do assassino.

Em Novembro de 1987, Jeff conheceu Steve Tuomi, de 25 anos, num bar na baixa da cidade. Após algumas bebidas, dirigiram-se ao Hotel Ambassador. Segundo a confissão do serial killer, o objectivo era apenas passar aquela noite com o homem usando o seu antigo truque, drogá-lo. Contudo, na manhã seguinte, Dahmer deparou-se com o corpo de Steve inanimado ao seu lado. Tinha feridas em todo o corpo, nódoas negras e saía-lhe sangue pela boca. De acordo com as suas próprias revelações, Jeff não tinha memória de ter feito mal ao companheiro, ainda que não tivesse qualquer explicação para o sucedido. Assumindo a sua culpa e sem entrar em pânico, o assassino saiu do Hotel e comprou a maior mala de viagem que encontrou. Colocou Tuomi dentro da mala, apanhou um táxi para casa da Avó e desmembrou o corpo assassinado na cave.

Steve Tuomi
Steve Tuomi

Aos 27 anos, Jeffrey Dahmer contava com o sangue de 2 homens nas suas mãos. Com a ausência de consequências, principalmente, após o primeiro assassinato quase 10 anos antes, a leviandade de Dahmer em relação aos seus actos desenvolveu-se.

Foi após o seu segundo homicídio que Jeff decidiu aceitar os seus demónios e embarcar numa jornada desenfreada de terror, sexo, sangue e canibalismo.

Pouco depois deste acto de crueldade, Dahmer conheceu James Doxtator, de apenas 14 anos, numa paragem de autocarros. O menino aceitou 50 dólares para passar a noite com Dahmer na casa da sua avó. O jovem, após sexo oral, foi drogado e estrangulado. O seu corpo permaneceu na cave da residência da Avó de Dahmer por uma semana enquanto Jeff satisfazia os seus fetiches sexuais com o cadáver. Começou então o seu caminho de necrófilo.

James Doxtator
James Doxtator

Jeffrey, por mais estranho que pareça, veio depois a afirmar que nunca quis magoar os seus amantes. Que os estrangulava pois considerava que era a forma mais humana de lhes tirar a vida, aproximando as suas almas.
Por esta época, Dahmer consumia álcool novamente de forma exagerada, principalmente, nas noites em que decidia matar. Ao contrário do verdadeiro psicopata que não apresenta sinais de consciência ou remorso, Dahmer bebia para confundir a sua percepção e lucidez.

Dois meses após a morte de James, Jeff conheceu Richard Guerrero. Mais uma vez, um jovem foi persuadido com dinheiro para passar a noite com o assassino. Drogado e estrangulado, Guerrero foi também ele desmembrado e depois despojado na lixeira da cidade.

Richard Guerrero
Richard Guerrero

No Verão de 1988, a Avó de Jeff pediu-lhe que saísse da sua casa. Cansada das suas chegadas tardias a casa, dos convidados a altas horas da noite, do manequim no seu quarto e dos estranhos cheiros que vinham da cave, a Sra. Catherine tinha chegado aos seus limites.
Dahmer encontrou então um apartamento na zona Oeste da cidade que acelerou o seu processo de decadência. Ao encontrar um menino de 13 anos na rua, convenceu-o a visitar o seu apartamento. Assustou-o de imediato com avanços sexuais. O rapaz conseguiu fugir e as suas queixas derivaram numa condenação por agressão sexual em segundo grau. Dahmer foi assim obrigado a cumprir um ano, dormindo na prisão mas continuando a trabalhar na fábrica de chocolate durante o dia. Os assassinatos continuavam a ser um segredo só seu.

Dez dias antes de começar a cumprir a sua sentença, Dahmer atacou novamente. Conheceu Anthony Sears, de 26 anos, num bar. Estrangulou-o e cortou-o aos pedaços. Guardou a cabeça e os genitais de Sears no seu cacifo na fábrica de chocolate.

Anthony Sears
Anthony Sears

Antes de terminar a sua sentença, Lionel escreveu ao juiz a pedir que colocassem o seu Filho num centro de reabilitação. Alegou ter poucas esperanças acerca do seu comportamento no Mundo real onde não tinha qualquer supervisão. Não foram tomadas medidas. Dahmer deixou de cumprir a sua pena, por ordem do Tribunal, 2 meses adiantados.

Mudou-se para os Apartamentos Oxford, não muito longe dos bares que frequentava e onde as rendas eram baixas. Mais uma vez, deixado ao sabor do seu negrume, apenas 3 semanas após ser liberado, Jeff iniciou um frenesi de macabros actos.
Novamente, com os seus complexos de abandono, Jeff tentou criar um escravo sexual que, após os actos, não tivesse que se ausentar. Executou uma lobotomia caseira no amante de 14 anos, Konerak Sinthasomphone. Enquanto Jeff saiu de casa para comprar bebidas alcoólicas, o miúdo, desnorteado, conseguiu sair do apartamento. Konerak estava nu, com a cabeça ensanguentada e com o corpo negro de tanto que lhe tinham batido. A Polícia foi chamada ao local. Dahmer, uma vez mais, conseguiu persuadir os agentes. Contou-lhes que o miúdo tinha bebido demais, que era o seu amante e mostrou-lhes fotografias dos 2, comprovando a sua relação. A Polícia, depois de visitar o apartamento de Dahmer e considerando que o miúdo era maior de idade, saiu de cena. Assim que a Polícia abandonou o local, Jeff assassinou Konerak.

Konerak Sinthasomphone
Konerak Sinthasomphone

Dahmer colocava alguns dos cadáveres dos seus amantes na banheira juntamente com gelo. Desta forma, podia ter sexo sempre que quisesse e podia satisfazer todos os seus tórridos pensamentos com os corpos inanimados.
Alimentou-se, durante muito tempo, de partes do corpo de alguns deles. O canibalismo em Jeff, segundo o próprio, era mais uma forma para não ter que se despedir dos seus amantes. Nutrindo-se com a carne dos seus companheiros, estes fariam sempre parte da sua existência.

Dahmer estava diante de um problema acerca de como despojar os defuntos que, freneticamente, ia acumulando no seu apartamento. Adquiriu barris com ácido onde colocava os cadáveres depois de os desmembrar. Após cerca de 3 semanas fechados nas barricas, já com um conteúdo semelhante a lama, Dahmer despejava o líquido na sanita. O cheiro era nauseabundo e não passou despercebido entre os vizinhos, porém, não foram tomadas medidas.

Foi quando Tracy Edwards conseguiu evadir-se deste medonho apartamento, em Julho de 1991, que a cidade de Milwakee conheceu os horripilantes actos deste serial killer. Com a chegada da Polícia ao local descobriram-se 83 polaroides de homens inanimados e desmembrados, 4 crânios congelados, 2 torsos, um congelador com vários membros, panelas com mãos e genitais mumificados.

Tracy Edwards
Tracy Edwards

Não havia nada que Dahmer pudesse dizer em sua defesa. Assumiu uma postura de derrota, com os ombros encolhidos e cabeça baixa. Suava desalmadamente e choramingava como se fosse desmaiar.

Já na esquadra com os Agentes, Jeff, ainda bêbado, tentou desculpar os seus actos atribuindo-os ao alcoolismo. Depois de algumas horas, já sóbrio, Dahmer assumiu os seus crimes enquanto chorava pesarosamente.

Nas 6 semanas seguintes, Jeffrey descreveu os 17 assassinatos numa confissão de 159 páginas. Dahmer, perante o Juiz, assumiu-se culpado mas insano.

Em Tribunal o que mais se discutiu foi a sua sanidade mental.
Conseguiram provar a sua culpabilidade por 15 dos 17 homicídios e o assassino foi condenado a 957 anos de prisão.

No dia 28 de Novembro de 1994, na Instituição Penal Columbia em Portage, no Wisconsin, Dahmer foi espancado até à morte por Christopher Scarver, um preso considerado psicótico.

Lionel Dahmer
Lionel Dahmer
Jeffrey Dahmer em 1982
Jeffrey Dahmer em 1982


No ano da morte do seu Filho, Lionel lançou o livro "A Father's Story" doando o valor das vendas aos Familiares das vítimas de Jeff.

A sua segunda e última mulher, Shari, faleceu em Janeiro de 2023. Lionel seguiu-se 11 meses depois, no dia 5 de Dezembro, vítima de um ataque cardíaco.


Entrevista: https://www.youtube.com/watch?v=oOCUQKReBk8



Blobituário
Os Crimes mais Horripilantes da História.
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